sexta-feira, 20 de março de 2009

A praia

De cândidos olhares passeava
A beira da enseada da vida
Via ao longe o mar revolto de suas amarguras
Perderem-se na espuma de pensamentos frouxos
Em rodopios doudos bailavam
Os reflexos, desconexos de suas ultimas desventuras,
De seus lamentares mais profundos
Via suas dores, pela maré tragada em fúria
Impassiva e solene observava
A dança incessante do vento,
Do tempo, que arrasta, que arrasa
Seus medos, seus pesadelos
Tempestade de sentimentos
Cai a chuva, cai a noite,
Esvai-se a tarde de seus tormentos
E o beijo doce da brisa noturna
Enxuga o resquício da ultima lágrima
Observa serenamente, o ocaso do desespero,
De brandura se torna plena,
A alma repleta, calmaria
Desfruta a bonança merecida,
Do anoitecer dos seus dias
As costas na areia, embevecida,
O céu a luzir pirilampos
Apaixonada, de amores perdida
Sorri para a lua, enternecida
Não teme a morte, não teme a vida
Findos momentos de despedida
Menina, mulher como outrora
Brinda em fulguras a próxima aurora

(04/12/2007) - A Praia - Zell


fonte da imagem: http://www.aib-brasil.org/banco-de-imagens-da-costa-do-marfim

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